ENCANTADOS DA AMAZÔNIA
“As lendas e os mitos, assim como as histórias de visagens, assombrações e encantamentos da Amazônia, apresentam uma temática verdadeiramente incrível, capaz de impressionar os mais profundos conhecedores do assunto”.
(Walcyr Monteiro)
Os mitos e lendas constituem-se em uma das temáticas mais ricas e fascinantes da Cultura Amazônica, são histórias fantásticas do imaginário caboclo, objetos de crença geralmente localizados e individualizados com personagens reais ou assim considerados.
Essas narrativas resultam da relação do Homem Amazônico com a exuberante natureza que o cerca. A floresta e os rios formam o cenário onde habitam os principais personagens dessa relação, que por muito tempo foi harmônica, até que surgiram os primeiros predadores da Natureza, o homem europeu. Esses chegaram na Amazônia e impuseram sua cultura de forma violenta aos povos da floresta que, refutaram em aceitar, mas com o passar do tempo tornou-se inevitável que a cultura ocidental fosse, cada vez mais, sendo absorvida pela população local que desde então, vem sofrendo mudanças no seu modo de vida, mas ainda permanece no imaginário amazônico, principalmente dos povos do interior, a crença nos encantados da Amazônia. Neste sentido, o escritor Paes Loureiro afirma que os rios “...escondem embarcações encantadas na manga de sua casaca de lendas, devora cidades, alimenta populações, guarda em suas profundezas ricas encantarias habitadas pelos Botos, Uiaras, Anhangás, Boiúnas, Cobra Honorato”. Já as florestas citada por Walcyr Monteiro são “... povoadas por entidades que moram na mata”, duendes como Curupira que protegem animais e também os homens.
As lendas e os Mitos contados pelos caboclos amazônicos são transmitidos de forma oral, principalmente pelos mais velhos, são Histórias sobrenaturais povoadas pela crença nas almas visagens ou bicho-visagentos, assombrações onde o caboclo busca desvendar os mistérios de seu mundo recorrendo aos mitos que revela, interpreta e cria sua realidade. No município de Cametá não é diferente, existem muitas lendas e mitos que permeiam o imaginário da população local assim como a lenda do Boto, da matinta- Perera, da Cobra Grande, de visagens e muitas outras estórias fantásticas de assombrações.
O professor Gerson Tavares Pinheiro, diretor da escola da comunidade do Mupí, afirma que: “... na frente da cidade de Cametá, durante a guerra dos cabanos, os guerreiros faziam trincheiras para se defenderem dos ataques dos inimigos, mas quando terminou a guerra e a cidade começou a crescer, os primeiros moradores foram aterrando os buracos com caroços de açaí, com a casca do ouriço de castanha e com o que mais eles tinham, tanto é, que a primeira rua de Cametá não existe mais, a rua da frente da cidade que é a São João Batista já é a terceira rua, quando caem os pedaços de terra no local é comum encontrar caroços de açaí e outros objetos boiando mas, as pessoas tem aquilo como um mito, vê a frente da cidade destruída e dizem que é um tatu bola que tem lá, que quando ele se mexe a terra vai caindo, outros que dizem que é uma cobra grande, uma tartaruga, ou mesmo um padre que foi excomungado e jogou o chinelo no rio e disse que assim como o chinelo dele ia afundando a cidade de Cametá também iria afundar”.
“As lendas são a poesia do povo; elas correm de tribo em tribo, de lar em lar, como a história doméstica das idéias e dos fatos; como o pão bento da instrução familiar... mas o povo crê, e não convém destruir as fábulas do povo...Este cultivo dos mitos, não é, talvez, o guardar laborioso das verdades eternas?”
(Machado de Assis)
“As lendas e os mitos, assim como as histórias de visagens, assombrações e encantamentos da Amazônia, apresentam uma temática verdadeiramente incrível, capaz de impressionar os mais profundos conhecedores do assunto”.
(Walcyr Monteiro)
Os mitos e lendas constituem-se em uma das temáticas mais ricas e fascinantes da Cultura Amazônica, são histórias fantásticas do imaginário caboclo, objetos de crença geralmente localizados e individualizados com personagens reais ou assim considerados.
Essas narrativas resultam da relação do Homem Amazônico com a exuberante natureza que o cerca. A floresta e os rios formam o cenário onde habitam os principais personagens dessa relação, que por muito tempo foi harmônica, até que surgiram os primeiros predadores da Natureza, o homem europeu. Esses chegaram na Amazônia e impuseram sua cultura de forma violenta aos povos da floresta que, refutaram em aceitar, mas com o passar do tempo tornou-se inevitável que a cultura ocidental fosse, cada vez mais, sendo absorvida pela população local que desde então, vem sofrendo mudanças no seu modo de vida, mas ainda permanece no imaginário amazônico, principalmente dos povos do interior, a crença nos encantados da Amazônia. Neste sentido, o escritor Paes Loureiro afirma que os rios “...escondem embarcações encantadas na manga de sua casaca de lendas, devora cidades, alimenta populações, guarda em suas profundezas ricas encantarias habitadas pelos Botos, Uiaras, Anhangás, Boiúnas, Cobra Honorato”. Já as florestas citada por Walcyr Monteiro são “... povoadas por entidades que moram na mata”, duendes como Curupira que protegem animais e também os homens.
As lendas e os Mitos contados pelos caboclos amazônicos são transmitidos de forma oral, principalmente pelos mais velhos, são Histórias sobrenaturais povoadas pela crença nas almas visagens ou bicho-visagentos, assombrações onde o caboclo busca desvendar os mistérios de seu mundo recorrendo aos mitos que revela, interpreta e cria sua realidade. No município de Cametá não é diferente, existem muitas lendas e mitos que permeiam o imaginário da população local assim como a lenda do Boto, da matinta- Perera, da Cobra Grande, de visagens e muitas outras estórias fantásticas de assombrações.
O professor Gerson Tavares Pinheiro, diretor da escola da comunidade do Mupí, afirma que: “... na frente da cidade de Cametá, durante a guerra dos cabanos, os guerreiros faziam trincheiras para se defenderem dos ataques dos inimigos, mas quando terminou a guerra e a cidade começou a crescer, os primeiros moradores foram aterrando os buracos com caroços de açaí, com a casca do ouriço de castanha e com o que mais eles tinham, tanto é, que a primeira rua de Cametá não existe mais, a rua da frente da cidade que é a São João Batista já é a terceira rua, quando caem os pedaços de terra no local é comum encontrar caroços de açaí e outros objetos boiando mas, as pessoas tem aquilo como um mito, vê a frente da cidade destruída e dizem que é um tatu bola que tem lá, que quando ele se mexe a terra vai caindo, outros que dizem que é uma cobra grande, uma tartaruga, ou mesmo um padre que foi excomungado e jogou o chinelo no rio e disse que assim como o chinelo dele ia afundando a cidade de Cametá também iria afundar”.
“As lendas são a poesia do povo; elas correm de tribo em tribo, de lar em lar, como a história doméstica das idéias e dos fatos; como o pão bento da instrução familiar... mas o povo crê, e não convém destruir as fábulas do povo...Este cultivo dos mitos, não é, talvez, o guardar laborioso das verdades eternas?”
(Machado de Assis)
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