UM BREVE HISTÓRICO


UM BREVE HISTÓRICO:
Cametá é uma cidade do Estado do Pará, com população estimada em 106 814 habitantes (2006), área de 3122,899 km² e possui uma rica história, cheia de mitos e lendas acerca do povo nativo e que são pouco conhecidas fora do município e até mesmo pelos próprios cametaenses. A cultura local ainda é bastante preservada, embora atualmente esteja sofrendo perda da identidade cultural, por conta do exôdo rural que é comum nesta região por vários fatores políticos-sociais e outros agravantes.
Cametá foi fundada em 1620, pelo Frade Capuchinho Cristóvão José, à margem esquerda do rio Tocantins onde habitavam os índios Camutás. A cidade guarda em si numerosos episódios históricos da política do Pará, com a ênfase na cabanagem. A designação de "Terra dos Notáveis" deve-se ao desempenho de alguns filhos ilustres, no Pará e em todo o Brasil, homens que se destacaram na política, na religião e no social. O que explica, em parte, o orgulho que o cametaense sente de sua terra.
A denominação Cametá, que em Tupi quer dizer "degrau do mato", relaciona-se ao fato dos Índios Camutás, construírem nos troncos das árvores casas para espera de caça, conhecida também como “Caa-muta”, que em linguagem nativa, significa armação elevada de copa de árvore, pois “Caa” é explicado como Mato, floresta ou bosque e “Muta” como degrau, armação ou elevação.
Logo depois da fundação da cidade de Belém, os colonizadores foram atraídos pelas riquezas da região do Rio Tocantins. Apesar das lutas entre portugueses, franceses e holandeses, empenhados na conquista da Calha Amazônica, os portugueses utilizando-se da cruz e da espada fixaram-se à margem esquerda do Rio Tocantins por primeiro.
Em 1617, Frei Cristóvão de São José, religioso dos Padres Capuchos da Ordem de Santo Antônio, sobe o Rio Tocantins, desembarcando “numa margem de terra à esquerda do Rio”. É o início da civilização Cristã entre os índios Camutás. Agindo com persistência e paciência, atrai a tribo para próximo da ermida que havia construído, começa então a ser habitada as terras que Frei Cristóvão havia desbravado. Assentando os alicerces de futuras capitanias o Capitão-Mor Feliciano Coelho de Carvalho, no ano de 1632, organiza uma expedição para combater os estrangeiros que invadiam a região. Dois anos depois, em 1634, o Governador da Província, criou a Capitania de Cametá em favor de Feliciano. O povoado é elevado à categoria de Vila, com o nome de Vila Viçosa de Santa Cruz de Cametá, em 1635, tendo como Santo Padroeiro São João Batista. Em 21 de Outubro de 1848, Cametá obteve o status de cidade.
Em Cametá, por volta de 1750, dentro da vila de sítios da redondeza, somavam-se 129 proprietários agrícolas, cujo pessoal trabalhava especialmente na lavoura da cana, cacau e nos roçados de espécies alimentícias. A atividade escrava era intensa, e durou de 3 a 4 séculos. Neste período as formas de torturas eram diversas e depois de mortos os escravos eram jogados no sumidouro, um enorme buraco, que servia de cova.
Atualmente, Cametá possui inúmeros atrativos naturais, como praias de água doce, balneários e dezenas de ilhas. No entanto, a referência é cada vez maior para o animado carnaval de blocos e festas juninas. Merece destaque a cultura rica em diversidades com sabores da culinária regional, o ritmo empolgante das danças, os mitos e crendices da população, e muitos outros aspectos que serão melhor abordados no decorrer das postagens.

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